terça-feira, 18 de junho de 2013

“Nossa vida no teu seio mais amores”

"Tenho medo da graça que passa e não volta mais" (Sto. Agostinho)

Quanta alegria invadiu meu coração ao ver meus irmãos, brasileiros, nas ruas de suas cidades. Eles uniam suas forças ao clamor de uma nação massacrada pelo domínio de uma mídia que deseja manipular-nos, contra a corrupção que invade os direitos constitucionais e humanos dos brasileiros, em protesto à má distribuição de renda em nossa nação... São inúmeros os clamores de nosso povo, mas não podemos deixar que esse sonho de liberdade e direitos melhores morra nos combates e/ou nas caminhadas.
            Nosso povo se levantou em luta: “Verás que o filho teu não foge a luta”, porém sem estar dotado de armas letais ou criminosas. Saliento que somos munidos de uma só arma e ela se encontrará nas urnas do ano de 2014. É hora de nos levantarmos contra o monopólio governamental de X ou Y partidos e candidatos. É momento de mostra que nosso congresso é realmente casa do povo e não simplesmente um local de nossos velhos exploradores – o congresso brasileiro chegou a fechar suas portas aos jornalistas, tendo a coragem de proibir-lhes de perguntarem diretamente aos(às) senadores(as) em momentos oportunos sobre questões cruciais ao povo.
            Ainda podíamos lembrar que é tempo de ergue a bandeira da justiça apaixonada e orgulhosa de ser brasileiro, ao invés de chamar o país de “porra” ou de “lixo”. É momento de perguntarmos que país é esse, mas sendo os muitos Paulo Freire’s, Santos Dumont’s, Tiradentes’s, Machado de Assis’s, Oscar Neimeyer’s, Silvio Santos’s... que arregaçaram suas mangas e fizeram do seu trabalho o motivo de alegria de todos os brasileiros. Devemos esquecer a inveja dos países desenvolvidos e tornar nossa história o principal motivo e força para transubstanciar nosso lar brasileiro.
            Finalmente, Chegou a oportunidade de fazer as principais revoluções de um país, a sabre: da educação e da saúde – assim como nos lembra Leonardo Boff. É hora de mostra que os estádios podem ficar vazios em jogos da seleção, mas as escolas devem ser recheadas de alunos apaixonados pelo saber. É nossa vida que está no seio do amor das vidas anônimas que se sacrificam dia-a-dia nos trabalhos cotidianos e fazem dessa nação uma instituição histórica. É o grande momento de nossa vida se configurar ao amor, cantado em nosso hino: “Nossa vida no teu seio mais amores”.





JACKSON DE SOUSA BRAGA
COM O CORAÇÃO EM MANIFESTO, 18 de junho de 2013.

sábado, 8 de junho de 2013

A Saudade...


“Fui me confessar ao mar. E o que ele me disse? Nada.”
(Lygia Fagundes Teles)



            Falar de saudade é falar de mim mesmo e do(a) outro(a), que tanto amo, em um só dialeto e expressão. Bendita seja a linguagem humana portuguesa, por poder expressar, em uma só palavra, a solidão de um coração. Porém, mais bendita é a memória afetiva que arde em seu sonho de encontrar o(a) amado(a) no seu presente, conforme a beleza do passado. Somos os grandes artífices da saudade e creio que somente ela pode fazer com que o outro seja eternizado em nossas emoções.
            A palavra saudade é de nossa “tirinha”, é da mesma “gema” brasileira que fomos formados. Originou-se do grande sentimento que afastava os português e negros de suas terras natais e de seus entes queridos, após a chegada das embarcações nessa Terra de Santa Cruz. Podiam eles perceber, lembrando das palavras de Exupéry, que “entre os homens a gente também se sente só”. Isto é, em meio a uma multidão, também podemos nos perder em uma solidão drástica e marcante – diga-se de passagem, que a palavra saudade deriva do latim solitáte, que significa solidão.
            Sendo assim, somos seres de saudades! Somos as mães e os pais a sentirem necessidade de estar com seus (suas) meninos(as) repousados(as) sobre o colo protetor-acolhedor do lar; somos os irmãos, a lembrar da alegria da diversão inocente e fraterna; somos os amigos a encontrar graça nas piadas antigas e contos marcantes; somos os amantes a rememorar o atraente sentimento da primeira troca de olhares e o doce sabor dos primeiros beijos... Somos as carinhosas lembranças do lugar marcante e do memorável objeto amado.
Quão bela é a saudade, filha da memória e neta do amor. Quão belo é seu desejo de fazer com que nos encontremos na multidão com as pessoas e não com os indivíduos. Quão belo é seu sorriso no encontro esperado e no afago do abraço forte. Quão digna é sua capacidade de continuar a ressurreição dos que já se foram com a separação mortal.
Ah... Caro(a) leitor(a), permita-me desculpar-me, pois não consigo falar desse sentimento, sem me perder no discurso sobre meus amados e minhas amadas... Talvez, seja impossível para eu falar ou separar nas palavras a homilia sobre a saudade e a homilia sobre os amados. Porém, fico feliz em ter podido dizer-lhe sobre quão esplêndida é a saudade que sinto dos meus amados e de minhas amadas e ainda sou grato pela capacidade de amar que a memória me dotou!

JACKSON DE SOUSA BRAGA
Na solidão das letras, 8 de junho de 2013, 23h03min.
DIA MUNDIAL DA SAUDADE

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Meus diferentes oitos de novembro



In collo Matris Dei

Hoje é dia de render graças a Deus, a vida, a amizade e a solidariedade que recebi a oito anos atrás. Tenho uma gratidão especial a tantos que num dia como esse estavam vivendo a intensidade de uma segunda feira com suas atividades escolares, seu cansaço do primeiro dia de trabalho na semana e tantas outras coisas e se dispuseram a ajudar-me a levantar do grande acidente de minha vida. Naquela simples bicicleta descia eu por um lugar tão conhecido e que acabou em um acidente grave que me custou alguns pontos na cabeça e um pedaço da mesma a um “gato” (brincadeira do médico a minha mãe, ao comunicar a retirada do pedaço de osso do meu crânio), mas também uma verdadeira experiência de valorização da vida.
            Sim, aquela experiência fez-me ver o valor de cada movimento de minha vida, ao inclinar-me e acabar batendo no chão e tendo pelo menos 3 convulsões. Fez-me descobrir que ajuda solidária é um ato eticamente humano, quando aquelas pessoas desconhecidas foram prestar-me os primeiros socorros. Aquele pequeno tombo e grande acidente fez-me conhecer o poder da oração de amigos e familiares em busca do meu próprio bem. Fez-me ainda encontrar nas palavras de amor e sabedoria materna e paterna mais segurança do que a inteligência calculista de alguns profissionais.
            Por isso e muito mais, tenho gratidão a cada segundo vivo e amo essa vida como nunca antes pude amá-la antes. Naquela madrugada, a disponibilidade do médico e o carinho de todos que me amavam fez-me sobreviver e dizer que queria continuar minha caminhada de descoberta de cada segundo nesta existência, por isso me levantei logo após o procedimento cirúrgico e quis correr num lugar que nem mesmo conhecia. Mas, acima disso tudo, o sono dos medicamentos me fez descobrir que respeitar minha humanidade é amar os sonhos novos e fascinantes que a história me preparava.
            Por isso, aqui estou eu, neste dia, comemorando um novo aniversário talvez. Gratidão e alegria à aquele momento e a todas as pessoas (conhecidas e desconhecidas) ao ajudarem-me sem esperar nada em troca até hoje.  Mas, além disso, obrigado Meu Deus humano, por me deixar acordar apenas no dia 10 de novembro e descobrir que o melhor de todos aniversários poderia ser comemorado em um hospital – onde pude ver que a vida é também composta de sofrimento, mas nem por isso deixou de ser uma vida digna de ser amada. E ainda agradeço por ter-me esquecido de todas aquelas quase 12 horas, pois assim tenho a liberdade de reinterpretá-las e redescobri-las a todo momento.


JACKSON DE SOUSA BRAGA
Lembrando o que não está em minha memória,
08 de novembro de 2012, 23h.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Donde vem o vazio no existir?



Uma pergunta: “Para quê?”
Para que o ontem a perturbar o hoje, que morre no amanhã?
Para que o nada, sendo que o tudo me ocupa a mente?
Para que o inferno, sendo que a vida está já aqui?
Para que a solidão, no meio da multidão suicida?


Um desejo: “Compreender o nada!”
Compreender o nada consumidor do tudo, no tempo e no espaço.
Compreender o nada do conhecimento, em meio a tantas opiniões.
Compreender o nada de cada palavra, ao dizer o silêncio.
Compreender o nada dolorido do mal.


Uma paixão: “O viver!”
O viver da compaixão, em meio ao ódio, à cobiça e ao poder.
O viver da caridade, no mundo do capitalismo neoliberal.
O viver da amizade, em meio egoísmo altruísta.
O viver do amor, em meio a objetivação do pobre.


Um Fim: “A dor do mal!”
A dor do mal de manter vivos os pesadelos mortais.
A dor do mal em manter a morte inquietando-me.
A dor do mal em salientar o sofrimento.
A dor do mal em ser mal.



Jackson de Sousa Braga
Depois, 16 de outubro de 2012, às 23h05min.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lendo as estrelas...




No doce silêncio da noite, encostado na janela do mundo e rumo à visão da morte, constatei a pobreza da linguagem: Pobres são as palavras! Corria perdidamente por caminhos conhecidos, mas num momento escondido da vida. Sim, ouvi o que meu coração temia: a fraqueza do dizer. Não sei por que estou a testemunhar isto aqui, mas sinto-me obrigado a suportar essa entrega de palavras ao mundo do barulho – ou melhor, da conexão.
            Não se engane com minhas palavras, pois elas também se fizeram fracas neste momento. Constatei que não sou compreendido, que talvez ninguém seja. Constatei, vendo as estrelas, que a linguagem é só um modo falido, que encontramos para sair da solidão humana. Ouvi o palpitar de meu coração apaixonado e vi que a linguagem era pobre o bastante para não saber se expressar. Disse ao silêncio sobre minhas dores e as palavras morreram no vento que as levou. Cheguei a perder a esperança na confiança de ser compreendido.
            Chorei amargamente diante das estrelas e chamei-as para junto de mim, porém elas me olharam e deixaram apenas seus sorrisos brilharem. Neste momento, experimentei a angústia de ser aquele que fala, mas que não sabe ser compreendido. Vivi o tédio de falar ao mundo o que penso e não ser jamais envolvido pelo outro. Quão triste foi constatar, em minha solidão, que a linguagem é uma noiva cadáver.
            Sim, ela é uma noiva, pois estou condenado a suportá-la em minha existência e amá-la como se fosse meu único remédio para o diálogo. Entretanto, ela é cadáver, pois morta vive a apodrecer o silêncio e viva consegue morrer nos ventos dos sentidos, sentimentos e razão... Por que ouso utilizá-la ainda? Por que a linguagem não é tudo, mas o tudo só se expressa na linguagem?
            Que dor é essa que aborrece o meu ser? Por que estou a lhe dizer isto? Por que sou compreendido por seu entendimento, mas desconhecido pelo seu ser? Pobre de mim, por falar aos ventos o que o silêncio já não suporta! Pobre de mim, por ser um ser de linguagem, sem nem mesmo acreditar na sua compreensão. Calo ou não me calo? Se me calo, estou a dizer o silêncio, que não pode ser dito; se não me calar, continuo a me comprometer com a linguagem fraca, pobre e sem vida.
            Resta-me o paradoxo, de continuar a dizer o que não é compreendido ou silenciar para continuar a não ser compreendido.


Jackson de Sousa Braga
Na estrada com as estrelas, 9 e 10 de setembro de 2012

sábado, 21 de julho de 2012

"País das Lágrimas"


Hoje, eu estava lendo o livro do Pequeno Príncipe e me deparei com o “país das lágrimas”. Somos, enquanto animais humanos, os senhores das lágrimas e amante das mesmas. Na maioria de nossas experiências (físicas, psíquicas e espirituais) trazemos as lágrimas como uma reação. Além disso, somos seres que vem a chorar (trazer lágrimas) para nascermos da melhor forma possível. Somos amantes das lágrimas e também fugitivos das mesmas.
                Somos amantes das lágrimas, porque acreditamos que elas são nossas válvulas de escape. Acreditamos no seu poder de limpar nossas almas das dores da existência. Acreditamos que as lágrimas carregam no olhar a contrição do erro e a vitória do justo. Amamos as lágrimas pela sua capacidade em expressar a nossa confiança na misericórdia do (O)outro. Encontramos nelas a explosão da vitória trabalhosa e a confiança do suor bem empenhado. Enfim, somos amantes das lágrimas, pois sabemos que elas são a melhor forma de tornar físico o que não pode ser físico.
                Porém, somos também fugitivos! Fugimos de sua capacidade de manter viva a dor e a angústia de dias sombrios. Santo Agostinho tinha o costume de dizer que “as lágrimas são o sangue da alma” e acredito que o dizia para nos lembrar da capacidade que elas têm de nos retirar a vivacidade de nosso ânimo. É através delas também que expressamos a ira de corações escravizados pelo ódio, pelos ciúmes e pela raiva. Enfim, somos fugitivos das lágrimas, porque tememos o seu poder de tornar expresso o mal nas linhas de nossa face.
                Minhas palavras agora querem se voltar para o sussurro que os gemidos humanos carregam junto às lágrimas. Ouça-me, ó lágrimas, que escutarem ou lerem essas palavras: Sou um suspeito! Sou suspeito de soluçar esperanças mortas, prazeres frios, paixões cheias de cobiça... também sou suspeito de chorar as conquistas laboriosas, o nascer do amado, o amor difundido... Contudo, não sei bem o motivo de cada lágrima. Porém, não deixo de acreditar que um dia vou desvendar seus mistérios e encontrar, como um pequeno príncipe, o revelar-se do oculto de sua fonte: “É tão misterioso o país das lágrimas”.
                Diante de minhas próprias palavras – ousadas talvez pela minha culpabilidade suspeita – só me resta o doce e amargo silêncio da solidão. Tenho a certeza de que as gotas de sangue jorrarão do coração de minha alma, porém a confiança nos doces sentimentos e nas alegrias  esperançosas alimentarão minha confiança na existência.



Jackson de Sousa Braga
Na solidão silenciosa,  21 de julho de 2012 (22h13min)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Vivendo e morrendo...


“Suportando-me a mim mesmo!”

Estou aqui, na existência! Nunca pedi para vir aqui, nem mesmo desejei ser jogado onde estou. Compreendo-me como um homem insatisfeito, inquieto, angustiado, perdido... meu coração vive um momento de falta de sentido. Sim, sinto-me agora sem um bom sentido. Questiono-me em relação à presença de Deus e qual é a sua real função. Agora posso compreender esse homem absurdo que sou...

Sim, esse homem absurdo começa deixar-se compreender em minha existência. Começo a compreender o quanto me faz falta o doce beijo da mulher amada, o prazer de tocar suas curvas e de satisfazermo-nos... Sinto-me imerso na saudade de gozar o sopro da natureza, de encantar-me com brilho das estrelas, de saborear em minha pele a saciedade de um banho de chuva. Meu coração não é apaixonado com os sacrifícios e dores de um preceito ou lei, mas antes se rejubila nos prazeres do corpo e da vida. Sou um homem absurdo que deseja apenas aproveitar, com a maior intensidade possível, os prazeres e encantos da vida, sem pensar nas possíveis condenações futuras.

Entretanto, o mal está na existência! Todos esses desejos não passam de esperanças, que podem morrer e que muitas vezes nem se concretizam. Sim, o mal existe aqui! E não me venha com essas “babozeiras” e histórias sobre sua racionalização... Eu odeio o mal, mesmo sabendo que odiar já é um mal... Sou obrigado a sofrer e ter que suportar àquele “outro infernal de Sartre”, mesmo o amando como o “outro de Levinas”... Vivo isto, que muitos chamam de vida e que eu estou jogado...

A cada dia me revolto com o meu e o sofrimento alheio... Não me venha também com aquelas chantagens emocionais onde devo suportar o meu sofrimento, a exemplo do outro... Sou pregador dessa linda exortação afetiva e como diz o próprio termo: “prego”, ao invés de “receber a pregação”... agora só tenho desejos e como desejaria satisfazê-los e encontrar-me com o único gozo que encontro nessa vida...

Ah, chega! Ficar comigo mesmo e curtir o silêncio que me ensinaram é bom, mas cansa – tem vezes... Por isso, vou em busca desses desejos. Com certeza não terei todos satisfeitos, mas agora o que me cabe e é possível, eu quero. Ah! Se não gostou ou achou-me um louco solipsista, então espere o dia de seus próprios assombros e compreenda. Mas, se ainda achar-me um ateu ou ainda um mimado vagabundo... posso sê-lo, não ligo! Ou melhor, ligo sim e me revolto com você também!

JACKSON DE SOUSA BRAGA

Indiferente, 11 de março de 2012

P.S.: Ainda tenho que suportar esta consciência ética? Sim tenho! E ela não quer deixar-me imergir nos prazeres que desejo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Saindo do mundo!?


"não existe pátria para quem desespera e, quanto a mim, sei que o mar me precede e me segue, e minha loucura está sempre pronta. Aqueles que se amam e são separados podem viver sua dor, mas isso não é desespero: eles sabem que o amor existe. Eis porque sofro, de olhos secos, este exílio. Espero ainda. Um dia chega, enfim." (Albert Camus)

Já ouvi: “o meu reino não é deste mundo!” e “o meu reino é deste mundo!” Já ouvi também que “somos outro em relação a nós mesmo!” e que “o outro é um eu”. Diante de tais frases enunciadas me pergunto: Foi, é ou será?... sim essa é minha pergunta; é uma pergunta humana, com palavras humanas e conhecimento pequeno. Gostaria de descobrir com ela se o meu mundo ou melhor o outro mundo faz parte de mim...

Deixe-me explicar melhor: meus questionamentos vão em direção a descoberta deste mundo que está me perguntando e fazendo-me perguntar sobre os motivos de me encontrar nele; encontro-me perdido em meus dias e noites... não sei mais rezar, não sei mais ser paciente, tem horas que duvido até de minha capacidade de amar... só sei olhar para essa vida como um terceiro, que quer compreender o autor, sem nem mesmo ter compreendido o enunciado e a linguagem da obra. Sou um perdido! Um vagabundo das descobertas... Mas, alguém que sabe amá-las como nenhum outro amante poderia amar...

Sou um filho das buscas gregas, das angústias patrísticas, da dúvida moderna e das incertezas contemporâneas... sou tudo isso ao mesmo tempo! Sou esse ser jogado no tempo e que não acredita em sua existência... talvez duvide da minha própria... sinto falta dos beijos ao a descobrir a beleza da Coragem... Sinto falta da amizade que sorri ao lembrar-se das diversões do passado e que sofre junto os padecimentos... sinto falta, até mesmo, dos momentos de solidão e do silêncio ao descobrir...

Ah! Quanta saudade do meu namoro das estrelas... da contemplação da lua e da percepção do infinito... Perguntam-me se me arrependo deste passado? Talvez. Talvez de não tê-lo vivido com maior intensidade! Mas, não gostaria de sofrê-lo novamente... Só queria que os melhores sonhos dele viessem a se realizar neste presente e que o encanto do futuro sonhado fosse já palpável no agora...

Sim, esse é o desejo de todos! Mas, eu não desejo que venha na facilidade do dia a dia e sim na luta e no suor de todos os dias... desejo batalhar, como um guerreiro, mas só que sem armas... enfim, sou o que foi, sendo o que é e que busca o será... em tudo isso, vou levando essa vida e/ou essa vida me levando, para onde? Não sei... mas, com certeza, ouso dizer: QUEM NÃO SABE O CAMINHO DEVE CONTINUAR CAMINHANDO...

Jackson de Sousa Braga

Itabirito, 2 de março de 2012

Dia Nacional do Turismo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O encanto das flores e o doce perfume da família



A família é o maior bem de toda a sociedade. Todo ser humano precisa de estar vivo e ativo em uma família. Acredito que vale a pena comparar a família com um jardim, pois tem o grande encanto de seu perfume e flores, os quais nos preparam para oferecer aos outros a beleza e amizade de nosso ser.

Antes de plantar um jardim, os jardineiros e jardineiras precisam conhecer o ambiente, escolher a terra, selecionar o adubo necessário, olhar os tempos e estações do ano apropriadas para o plantio... Quando atingirem o momento certo acontece o plantio que vem acompanhado de um aprofundamento da terra pela semente. Os jardineiros (as) têm que estar atentos ao todos os momentos das plantas, sabendo em que momento nasce o broto; quando ele precisa de água, de adubo, de sol, de proteção, de poda, de capina etc. Em seguida, quando a flor se desenvolve, ela precisa se proteger a si própria; ela precisa criar as mais belas rosas que puder oferecer ao mundo; ela anseia buscar as mais profundas raízes para encontrar o sustento e forças necessárias para se manter de pé; finalmente, ela deve criar mais sementes para que possa propagar seus encantos pelos jardins do mundo.

Mas, às vezes, existem momentos de chuvas fortes. As chuvas vêm acompanhadas de grandes ventos e exoradas, cuja força tenta destruir e danificar toda a planta. No início da caminhada cabe aos jardineiros (as) cuidar e zelar para que não se perca nenhuma de suas plantas. Porém, após o fortalecimento e estabilidade do caule, a planta se incumbe de se proteger e de proteger cada flor que puder oferecer ao mundo. Destaca-se que as chuvas são boas, porque enchem a terra de nutrientes e mandem sua umidade. Além disso, prepararam e ensinam as flores para as próximas chuvas que virão.

A família é como um jardim! O homem e a mulher precisam se conhecer, preparar um lar, escolher os melhores sonhos juntos, olhar o momento certo da união e da geração... Quando atingirem o momento da união e formação do lar, unem-se no plantio que vem acompanhado do encontro de amor entre as virtudes do casal e a fragilidade de suas pessoas. É graças à atenção que dispensam a sua união e ao solo de seu lar que se originam os frutos de seu amor, pequenos e frágeis no momento do nascimento, por isso necessitam tanto reforço, amor e carinho do homem e da mulher. Esses pequenos seres necessitam do leite maternal que além de alimento dispensa o carinho maternal; do sustento que o amor paternal entrega com o suor de seu trabalho, cheio da benevolência paterna; e diante do frio, das carências e dores, sua bondade será a certeza e convicção de melhor remédio. Quando esses frutos crescem são convidados a oferecer alegrias aos seus criadores, cujo amor e serviço continua firme e fiel.

Mas, às vezes, existem os momentos de sofrimentos em suas vidas. Essas dores e sofrimentos causam muita tristeza, cuja força é temida por todos, pois abala as estruturas mais fundamentais da família. O fundadores da família são chamados a serem sinal de união e exemplo para seus frutos e mesmo diante do erros uns dos outros devem se dedicar para se entender. Porém, após o desenvolvimento daqueles frutos, os pilares podem ter algumas dores e sofrimentos causados pelos frutos e ambos precisam mostrar o respeito e dedicar-se em melhorar sempre – tendo sempre em vista a união e a fortaleza que são os melhores filhos do amor.

Portanto, só posso dizer que uma família que se aprofunda no solo do amor só pode gerar flores cheias de brilho; jardins encantadores, por sua beleza; filhos que poderão oferecer sementes da melhor qualidade; enfim, a família é como um jardim, porque é capaz de manter em todos os tempos as mais lindas paisagens, cujo fruto são os melhores perfumes da dedicação, da fortaleza, da segurança e, prioritariamente, do AMOR.

Jackson de Sousa Braga

Ouro Preto, 18 de setembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Um 10 de novembro diferente!

Ano passado escrevi, no meu aniversário, o “Mais um 10 de novembro...”. Este ano não tinha planos de escrever nada, porém devido às particularidades que aconteceram, decidi escrever para deixá-las digitadas nos traços de minha história.

Todos os anos anteriores, lembrei-me do temor que a morte traz, visto que todo aniversário é um momento que se celebra a maior proximidade da morte. Entretanto esse ano me motivou a rever um pouco essa tristeza e tornar-me um maior positivista em relação a esse momento. Gostaria de expressar em poucas palavras as alegrias que pude passar esse ano e deixá-las como uma motivação de vida.

Num primeiro aspecto, gostaria de expressar a alegria de viver. É verdade que cada ano é um ano mais próximo da morte, porém, observando de outra perspectiva, é também um momento de se celebrar a oportunidade de mais um ano de vida. Quanto maior é nossa idade, maior é nossa oportunidade de estar junto à existência e à vida. É um momento a mais para existir com o amor, com as alegrias, com as descobertas. É bem verdade que a dor, o sofrimento e as angústias existem também, entretanto vejo-lhes e percebo-lhes como constituição de minha vida. É impossível eu tirá-los de minha existência, contudo eles me fazem viver a busca do sentido de minha existência. Eu só posso buscar o sentido, quando eles me motivam a viver a busca.

Além disso, comemorar mais um ano de vida é uma oportunidade de festejar a vida de nossos amados. Tenho mais um ano de vida hoje e sei que é a presença de tantas pessoas que fizeram com que eu chegasse até aqui. Vejo, no olhar de minha mãe, a confiança e alegria de completar a realização de meu sorriso. No olhar de meu pai, vejo o apoio e alegria de poder sempre ensinar e ajudar. No olhar dos grandes amigos e irmãos, percebo a alegria de serem motivadores de minha alegria.

Porém, só tenho uma reclamação com a natureza e com Deus: Onde está a chuva? Sei que desejaram me dar a graça de ver as Estrelas e a Lua, das quais sou um eterno amante. Porém, a chuva sempre é a marca registrada deste dia. No meu texto do ano passado afirmo: AMO NOVEMBRO: Por ser meu, por ser o mais lindo com suas chuvas e por me preparar para o fim que se aproxima subitamente... Sua presença, minha querida chuva, fazia-me ver as graças de um caminho de colheitas; a abundância do amor de Deus que manda suas graças do céu; o meu contato com a natureza em seus banhos; as lembranças de infância e adolescência; finalmente, fazia-me perceber que você é minha fiel e escudeira amiga de caminhada, principalmente rumo a Viçosa...kkkkk

Mas, enfim, eu sou tudo isso! Sou feliz pela presença de meus amigos, sejam eles próximos ou afastados; sou um encontro de realizações do amor que me faz buscar as conquistas de um ideal maravilhoso; sou um filho que encontra o seu maior presente: O AMOR; sou um irmão que sabe do fraternal amar; sou um amigo que sabe das grandes presenças. MUITO OBRIGADO A TODOS!

JACKSON DE SOUSA BRAGA

Mariana, 10 de novembro de 2011

Por ocasião de um aniversário sem a chuva!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Estive num hospital

UMA EXPERIÊNCIA MÍSTICA



‘procuro Deus! Procuro Deus?’ (Niezsche)

Prezado a gente, saudações!

Não é necessária uma lanterna, nem muito menos um mercado para sairmos à procura de Deus!

O que precisa?

Já lhe respondo. Só o ser humano, aquele de que você chamava de rio turvo, o qual passa pelas pedras e cai em milhares de abismos. Tem vida e tem morte. Recebe os outros, sejam bons ou não... enfim, esse que caminha sobre a terra, cheio do profundo e do raso; da correria e da mansidão; mas, principalmente de sopro e de água.

Ontem, eu estive em um hospital. Tem o nome de hospital da baleia. Sugestivo o nome, porque a baleia vive nas águas e necessita do sopro para manter seus pulmões. Mas, eu queria destacar o contato com o humano que pude ter. Você deve saber que encontrar com o humano é ver a fraqueza e a grandeza; é constatar o imanente e o absoluto de cada pessoa; é saber de cada necessidade, de cada fartura... Sim, eu vi o humano e procurei pelo divino, procurei pelo que há de melhor nessa vida, procurei pelo bem diante do mal e do sofrimento...

Eu vi olhos que choravam, eu vi as lágrimas da dor, eu vi um olhar que procurava descanso do sofrimento. Sim! Eu vi duas amantes em lágrimas. Ambas poderiam ser amiga, irmã, filha... uma talvez mãe... elas choravam as lágrimas da pessoa que ama, que não suporta ver a dor do(a/s) bem amado(a/s). Tive vontade de olhar para seus olhos, tirar suas lágrimas. Porém, como o divino, só era mais um ali. Eu estava lá, mas minhas mãos estavam atadas a minha falta de poder. Desejava ser herói, mas não passava de uma vítima. Suas lágrimas estavam caindo, como se fosse, em meus olhos. Contudo, meu olhar era só passageiro em suas histórias... Ah! Se você acredita que impossível ver o sofrimento, convido-o a ir até um hospital, como este que fui, e ver que o sofrimento tem rosto, tem olhos, tem boca... é em tudo como você, como eu...

Eu ainda ouvi as palavras que procuravam consolar... ouvi as orações dos sofredores... ouvi o gemido da dor... sim, eu tinha audição. Procurava encontrar as palavras certas, mas era vez de meus ouvidos e não de minha boca. Eu ouvi o que sofre dizer sua dor. Eu ouvi a humanidade ser só humana! Repito a afirmação quanto ao sofrimento: “se você acredita que o sofrimento não pode ser ouvido, então até lugares onde pessoas gritam pela dor e ouvirá o seu som. Sim, eu ouvi a voz do que socorre dizer que estava fazendo o que podia. Eu ouvi o medo da que partia. Para onde? Não sei, mas ela partia...

Eu era mudo... minhas palavras de nada adiantavam. Só estava lá! Falava, mas era tudo inútil... eu perguntava pelo sofrimento e o recebi – codificado em palavras. Minha filosofia, minha teologia, minha psicologia eram inúteis diante do Sofrimento. O que importava era ser médico, era saber curar... só os “curados” podem cuidar dos que não estão curados.

Deus, Jesus, Espírito Santo, a gente... onde vocês estavam? Em mim? Entretanto, minha pergunta permanece diante de seu poder... eu não sou onisciente, eu não sou onipotente, eu não sou onipresente... sou apenas humano! Condenado ao sofrimento, a dor, a morte. Tentava eu compreender porque viver o sofrimento...

Éramos nós apenas...

Eu ouvi outra resposta, ainda. Havia alguém que amava e desejava o bem, porém não queria mais ver o sofrimento do bem amado. Eu não entendo Deus e muito menos você, a gente! Eu me pergunto o porquê disso tudo. O sofrimento de onde veio? Porque está ai? Sim, ele está! Você e Deus já o viveram, mas não o solucionaram... Eu me tornei humano, mas não o suficiente para entender o sofrimento...

Diante disto, só me resta o caos que vivo nesse momento. Sim, caos! O sofrimento não pode gerar outra coisa, senão o caos do físico, do psíquico e do espiritual. Um tal de Zaratustra me disse uma vez que: “é preciso ter um caos dentro de si, para dar `a luz uma estrela cintilante”... então só me resta lhe anunciar, prezado “a gente”, “Saudades daquela estrela”!

JACKSON DE SOUSA BRAGA

Depois do “Hospital da Baleia”, 21 de outubro de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

UM HERÓI DEMASIADO HUMANO: PAI


O Ser humano necessita da presença paterna. A figura do pai surge em nossas vidas mostrando que todos necessitamos de alguém que nos ensine a ser fortes e liderantes, principalmente a frente de nossa história e de nosso cotidiano. O pai tem a função, na família, de exercer a liderança, mas não como um ditador e sim como um mestre disposto ao serviço e amor junto a sua família. Pai tem que ser a figura divina e humana na sua família. Quando se experimenta uma boa relação paternal-filial nossa inclinação para uma relação sadia e bem equilibrada com Deus aumenta.

Os primeiros olhares de uma criança para seu pai lhe mostram um herói. O pai sempre é visto como alguém que é capaz de carregar todo o mundo em seus braços, superando qualquer super-herói que pudermos encontrar – desde o super-homem até o incrível Huck. Contudo, essa força paterna é afetiva e não física. A força do pai mostra que vale a pena viver, pois ele estará ao nosso lado para nos amparar e nos orientar.

Também poderia me lembrar que o pai é o primeiro grande jogador de futebol que podemos ver. Seu talento é inigualável! Quando o vemos em um campo de futebol aprendemos que se deve vencer as dificuldades; olhar atentamente a meta que se tem pelo caminho; visualizar as oportunidades; fazer os gols necessários e principalmente mostrar que o importante naquele momento não é uma vitória, mas estar com seus filhos e vê-los com um sorriso que brotar de seus corações.

O pai ainda é o grande milionário que conhecemos. Seu dinheiro é quase infinito e sua disposição a trabalhar é maior ainda. Sua sabedoria de trabalho ensina que é um profissional fora do comum. O pai é capaz de ser o mestre da obra de um edifício até o grande mestre da obra da vida. Ele nos ensina desde o montar o nosso primeiro quebra-cabeça até como conquistar a primeira namorada. Muitas vezes, seus ensinamentos são tidos como chatos, porém sua perseverança é maior do que nossas reclamações. Ele sabe da importância desses ensinamentos e por isso nos diz: “talvez hoje vocês me achem um chato, mas quando forem pais verão como isso era importante”.

Ser pai é tão especial, mas tão especial que o próprio Deus quis sê-lo. E nós, homens, deveríamos nos alegrar, pois ele nos conferiu tal graça. O amor de Deus foi tão grande que ele partilhou conosco o que havia de mais divino: O SER PAI. Conhecer esse lado divino da paternidade, porém, requer que o pai faça a experiência da entrega. Ele entregou-se para criar seus filhos, deu-lhes o que podia de melhor e agora tem que entregá-los ao mundo. Ele que um dia foi um guardião, um senhor, um protetor de seu tesouro filial tem que entregá-lo ao mundo, sem nenhuma paga, sem nenhuma recompensa material. Pai é exemplo de amor, por fazer a experiência da entrega! Não é dele que nós soltamos nosso umbigo, mas é dele que aprendemos que não somos nossos, mas da vida e da vida plena.

Entro, neste parágrafo, com lágrimas de um sonhador. Acredito que todo homem deveria sonhar com a paternidade. Porém, existem homens que somente pensam na satisfação hedonista e não na responsabilidade junto ao filho (a). Quantas dores causam na humanidade! Quantos sonhos conseguem destruir! Quantas vítimas conseguem produzir! Quantos e quantos perdidos por sua irresponsabilidade. Peço somente que se algum homem que esteja nesta situação ler tais palavras lembre-se de sua responsabilidade e não perca tempo de repor o que já foi perdido.

Porém, aos pais que são realmente heróis e amigos só podemos expressar nosso: MUITO OBRIGADO!

MUITO OBRIGADO! Pelas vezes que nos ensinou a andar de bicicleta. E logo após o primeiro tombo esteve nos levantando e motivando a caminhar. Ensinando-nos assim, que devemos sempre ir rumo aos nossos sonhos e se as caídas aparecerem sua presença será constante e motivadora para não desistirmos.

MUITO OBRIGADO! Pelas primeiras partidas de futebol, onde aprendíamos a abraçar nossos talentos, a lutar para vencer as dificuldades e obstáculos. Mas, sobretudo, por nos mostrar que você era o principal armador dos grandes “Gol-s” de nossa vida. Lembrando-nos ainda que em nossas vidas a felicidade se encontra onde podemos fazer os outros felizes.

MUITO OBRIGADO! Por nos levar para pescar e ensinar-nos que a paciência é uma virtude humana. Mostrando-nos que devemos esperar os melhores momentos, as grandes oportunidades para conseguirmos o que a vida nos prepara.

MUITO OBRIGADO! Pelas suas histórias de infância e adolescência. Cada momento de sua vida que nos contava fazia-nos lembrar que a amizade é uma graças concedida ao ser humano. Com suas traquinagens e atos responsáveis descobríamos que não são os grandes feitos que nos marcam em nossas histórias, mas as pequenas coisas que são nossas maiores educadoras, mesmo que sejam com sorrisos e lágrimas.

E finalmente, PAI, MUITO OBRIGADO! Por nos mostrar que mesmo diante de todas as dificuldades e problemas do mundo contemporâneo vale a pena ser PAI. Muito obrigado por nos ensinar que o maior bem que podemos oferecer para o mundo é um bom exemplo de PAI. Se algum filho sonha em ser pai é porque pode ver que existia um pai bom o bastante para ele seguir seus caminhos.

PARABÉNS A TODOS OS PAIS! NÓS LHE AMAMOS PAI!

Jackson de Sousa Braga

Mariana, 12 de agosto de 2011.

Por ocasião do dia dos pais e do meu pai.

domingo, 10 de julho de 2011

A SOLIDÃO


A SOLIDÃO ME ENSINOU QUE...

Cada minuto é uma aproximação da morte

Cada dia é uma eternidade de memórias

Cada semana é digna duma roda de amigos

Cada ano é o limite do eterno.

A SOLIDÃO ME FEZ PRODUZIR...

As sentenças do poema apaixonado

A Filosofia cheia de angústia e esperança

A sujeira dos prazeres solipsista

As espadas de dor travadas em meu peito.

A SOLIDÃO ME MACHUCOU COM...

Os braços vazios de uma paternidade sonhada

A distância da beleza e doçura dos lábios da amada perdida

O frio que é produzido em uma cama sozinho

A saudade do colo maternal e paternal

A brincadeira sem sorrisos fraternos.

A SOLIDÃO ME PRESENTIOU COM...

pele que cheira suas próprias podridões

Ouvidos que clamam pela audição

Narinas que vêem odores do Mal

Boca que ouve suas próprias palavras

Olhos que sentem a frieza das cores

A SOLIDÃO ME CRIOU...

O ódio para ser filho do amor

A escuridão para iluminar o claro

A dor para aliviar a felicidade

O frio para agasalhar o calor

O nada para completar o tudo.

EM FIM, A SOLIDÃO É UMA LOUCURA QUE LEMBRA QUÃO ETERNA É CADA COMPANHIA...

JACKSON DE SOUSA BRAGA

SOZINHO, 06 de julho de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

“CORAÇÃO DE MÃE SEMPRE CABE MAIS UM!”


Esta frase é tradicionalmente ouvida por nós, em nosso dia-a-dia. Muitas vezes sem compreensão plena. Por ocasião desse dia tão especial em que celebramos todas as mães gostaria de refletir sobre a presença da mãe, em cujo coração encontramos essa abertura para nosso encontro do “mais um”.
O que será que quer dizer “Coração de mãe”? Penso que poderíamos nos orientar para a observação de seus atos de amor. Enquanto constituição biológica os corações das mulheres são como todo e qualquer coração humano. Porém, enquanto “sentimento” – sentido dado a coração na frase – esta palavra se refere ao amor, sentimento que impera em toda e qualquer mãe. Coração e amor nesta frase podem ser analogados.
Mas o que esse amor faz?
O amor de mãe tem a capacidade de cuidar das primeiras dores do mundo com a simplicidade de um sopro: “Deixe-me soprar que sara!” O amor de mãe é o único que mesmo diante da dor é capaz de exibir um sorriso ao sentir seu (a) filho (a) encostado em seu seio. O amor de mãe sabe tocar sem ferir, sabe xingar sem odiar. O amor de mãe entrega não só sua presença, mas também sua carne para formação de seu (a) filho (a). O amor de mãe é o único que é capaz de entregar em alimento líquido o que as palavras já não podem dizer. O amor de mãe solta um grito, mantendo a imensidão do silêncio. O amor de mãe é capaz de oferecer perdão ao pior de todos os filhos. O amor de mãe é capaz de compreender o motivo do erro, sem deixar de corrigi-lo. O amor de mãe oferece a palmada, mas a sente em dobro cortando seu coração. O amor de mãe é o primeiro que recebemos e o último que perdemos...
É por isso e muito mais que amor de mãe é chamado de coração, pois sabe colocar na carne o sentimento mais divino que pode haver...
“Sempre cabe mais um”. O coração de uma mãe é capaz de caber mais um filho e ainda tem a capacidade de dar-lhe a mesma maternidade, sem tirar do primeiro (os) nada do que lhe foi dado ou será.
Mas, coração de mãe ainda cabe um...
“Sim, eu lhe perdôo!” Mesmo que o (a) filho (a) tenha lhe tirado os bens mais preciosos...
“Sim, eu lhe entendo!” Mesmo que o (a) filho (a) tenha cometido um erro incompreensível...
“Sim, eu lhe acolho!” Mesmo que o Filho tenha lhe oferecido um tapa, soco, ao invés de um abraço e carinho...
“Sim, vou lhe dar minha mão!” Mesmo que o filho tenha fugido de sua proteção maternal.
O coração de um mãe sempre cabe...“Não atravesse a rua sozinho!” ainda que seja uma rua de amargura e sofrimento, ela está disposta a estar conosco até o fim...
Esse coração que cabe sempre os dizeres: “Deus lhe abençoe!” Mesmo que o (a) filho (a) esteja distante física ou sentimentalmente...
O coração de mãe sempre cabe mais um par de braços que parecem frágeis, porém seriam capazes de moverem montanhas para ver o sorriso de um (uma) filho (a)...
Enfim, o coração de uma mãe sempre cabe mais um “Eu te amo!” talvez simples para quem ver, mas gigante para quem sente...
Pedimos licença a todas as mães para dizermos o que ao nosso coração de filhos sempre cabe...
Com certeza é um MUITO OBRIGADO...
Pelo ventre que nos carregou, mesmo com os chutes e dores fortes que lhe provocamos...
Pelo alimento de seu seio maternal, que nos fez estar aqui...
Por nos ter oferecido suas mãos para caminharmos os primeiros passos e ainda o resgate de seu colo maternal depois do nosso primeiro tombo...
MUITO OBRIGADO!!!
Por nos motivar os primeiros e tantos outros sorrisos...
Pelo alimento temperado de carinho e recheado de amor, que tanto nos saciou e sacia seja física ou afetivamente...
Deixe-me parar por aqui, pois são inumeráveis os obrigados que deveríamos dar às mães, mesmo todos os computadores e papéis do mundo não seriam capazes de comportar...
Mas, uma das coisas que mais sabemos é que seu coração cabe o nosso:
Feliz dias das mães e nós lhe amamos!
JACKSON DE SOUSA BRAGA
Mariana, 05 de maio de 2011.
Por ocasião do dia das mães

quinta-feira, 17 de março de 2011

AH! MULHER




A todas as mulheres, especialmente as que sofrem,

choram e são exploradas em casas de prostuição.

Fico me perguntando o quanto é importante a mulher na história da humanidade.

Ah mulher! Quanto você fez para estarmos aqui; para sorrirmos e para aprendermos a andar. O primeiro nome que, comumente, se fala é mãe, porque é presença feminina e perfeita em nossa vida. É por isso que escrevo, para lembrar a todos que lerem posteriormente estas palavras o quanto admiro e amo este ser, cujo nome é mulher.

Ah mulher! Deus foi tão sábio em sua criação do ser humano que decidiu criar um rascunho, ao qual deu o nome de homem. Logo depois, observando o que faltava neste rascunho, criou a maior obra de arte de suas mãos, cujo nome é mulher. O primeiro homem só era alguém formado da terra, que um dia voltaria para a mesma, ainda que fosse para tirar o alimento com o suor de seu rosto. Já a primeira mulher era a esperança da vida, não é em vão que recebeu o nome de Eva, que significa aquela que gera vida. Sendo assim, a história continua e a mulher permanece sendo a fonte da vida e o homem, muitas vezes, não faz o que deveria fazer que é ir a terra e voltar com o pão. A mulher, hoje constantemente, assume esse papel do homem sem deixar de cumprir o seu com majestade e sabedoria.

Ah mulher! Quanto a amo. Vejo a perfeição de seu ser com um amor desconhecido, para mim mesmo. Vejo a brandura de seus lábios e anseio para que me dêem um pouco da doçura de seus beijos. Vejo o toque de suas mãos e aspiro pela eterna suavidade de seus dedos em meu coração. Vejo a divindade criadora em seu ventre e sonho com o dia em que poderei abraçar o fruto do nosso amor.

Ah mulher! Com lágrimas de amante, entro nesse parágrafo para condenar a exploração de seu corpo por uma sociedade hedonista e capitalista. A mulher foi criada para ser venerada e não explorada. A mulher foi formada para ser amada e não usada. A mulher foi esculpida para ouvir o silêncio masculino ao ver que a perfeição tem nome, corpo e sabe ouvir e ser ouvida.

Ah mulher! Sei que anseia por dias melhores. Sei que deseja ver o sorriso de suas (seus) filhas (os) brilhando no alto de um palco ao receber o diploma de formada (a). Ou em um altar ao entregar-se a pessoa que acredita amar e ser amada (o). Sei que sempre chama suas (seus) eternas (os) meninas (os). Sei que passa por toda humilhação e dor para ver um dia aqueles a quem gerou sorrir e dizer: “consegui!”

Meu Deus, que sóis pai e mãe, homem e mulher, obrigado por me iluminar e fazer com que eu descubra que minhas palavras não são capazes, nunca serão, de dizer o quanto é perfeito essa obra maravilhosa de suas mãos. Só peço licença para dizer uma última frase, que talvez tente resumir meus sentimentos: “ EU A AMO, MULHER!” só me resta agora o silêncio, pois, com ele, tenho a certeza de não errar.

JACKSON DE SOUSA BRAGA

MARIANA, 8 DE MARÇO DE 2011

POR OCASIÃO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER