terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ah, Gabriela!


Quanto tempo já se passou! Desde nosso primeiro contato, nosso primeiro olhar... Lembro-me do vermelho – cor forte que lembra o martírio e a dor, os quais senti e ainda sinto. Lembro-me de sua companhia que tanto confiava e queria, mas que hoje anseio em me afastar, ao mesmo tempo que estou apegado como se fosse minha própria alma.

Ah Gabriela, sua morte foi meu encontro paradoxal. Foi minha liberdade, pois estava livre de suas prezas e garras ferozes e desumanas. Foi, também, meu apego a dor de uma prisão interior e obrigatória para mim e para quem venho a desejar. Espero que esteja livre de suas dores e de sua depressão onde quer que se encontre e que um dia me perdoe por ser o causador das mesmas.

Meu verdadeiro amor não é você Gabriela, porém eu a assumi em minha vida e acabei deixando com que dominasse meus dias. Depois de sua morte em 2007, fui obrigado a tê-la como minha companheira, não por opção, mas por obrigação.

Neste ano de 2010, completam-se 4 anos! Já são quatro anos que lembro-me de você e de tudo que passamos juntos. Sinto-me livre, porém – ao mesmo tempo – sinto-me preso a uma aliança que só me faz lembrar de minha obrigação para com você e com todos os seus.

É o fim de minha palavras, mas pelo que vejo pode ser um início onde vou acabar assinando um termo no qual estará dito que desejo – afirmando-se que é livremente, mas não é – tê-la como minha eterna companheira.

Não se engane, aqui não é o FIM, é simplesmente um COMEÇO...

De Dor ou de alegria, não sei, mas é...

JACKSON DE SOUSA BRAGA

Planeta Terra, VIVENDO, 31 de dezembro de 2010, 19h07min.