quinta-feira, 17 de março de 2011

AH! MULHER




A todas as mulheres, especialmente as que sofrem,

choram e são exploradas em casas de prostuição.

Fico me perguntando o quanto é importante a mulher na história da humanidade.

Ah mulher! Quanto você fez para estarmos aqui; para sorrirmos e para aprendermos a andar. O primeiro nome que, comumente, se fala é mãe, porque é presença feminina e perfeita em nossa vida. É por isso que escrevo, para lembrar a todos que lerem posteriormente estas palavras o quanto admiro e amo este ser, cujo nome é mulher.

Ah mulher! Deus foi tão sábio em sua criação do ser humano que decidiu criar um rascunho, ao qual deu o nome de homem. Logo depois, observando o que faltava neste rascunho, criou a maior obra de arte de suas mãos, cujo nome é mulher. O primeiro homem só era alguém formado da terra, que um dia voltaria para a mesma, ainda que fosse para tirar o alimento com o suor de seu rosto. Já a primeira mulher era a esperança da vida, não é em vão que recebeu o nome de Eva, que significa aquela que gera vida. Sendo assim, a história continua e a mulher permanece sendo a fonte da vida e o homem, muitas vezes, não faz o que deveria fazer que é ir a terra e voltar com o pão. A mulher, hoje constantemente, assume esse papel do homem sem deixar de cumprir o seu com majestade e sabedoria.

Ah mulher! Quanto a amo. Vejo a perfeição de seu ser com um amor desconhecido, para mim mesmo. Vejo a brandura de seus lábios e anseio para que me dêem um pouco da doçura de seus beijos. Vejo o toque de suas mãos e aspiro pela eterna suavidade de seus dedos em meu coração. Vejo a divindade criadora em seu ventre e sonho com o dia em que poderei abraçar o fruto do nosso amor.

Ah mulher! Com lágrimas de amante, entro nesse parágrafo para condenar a exploração de seu corpo por uma sociedade hedonista e capitalista. A mulher foi criada para ser venerada e não explorada. A mulher foi formada para ser amada e não usada. A mulher foi esculpida para ouvir o silêncio masculino ao ver que a perfeição tem nome, corpo e sabe ouvir e ser ouvida.

Ah mulher! Sei que anseia por dias melhores. Sei que deseja ver o sorriso de suas (seus) filhas (os) brilhando no alto de um palco ao receber o diploma de formada (a). Ou em um altar ao entregar-se a pessoa que acredita amar e ser amada (o). Sei que sempre chama suas (seus) eternas (os) meninas (os). Sei que passa por toda humilhação e dor para ver um dia aqueles a quem gerou sorrir e dizer: “consegui!”

Meu Deus, que sóis pai e mãe, homem e mulher, obrigado por me iluminar e fazer com que eu descubra que minhas palavras não são capazes, nunca serão, de dizer o quanto é perfeito essa obra maravilhosa de suas mãos. Só peço licença para dizer uma última frase, que talvez tente resumir meus sentimentos: “ EU A AMO, MULHER!” só me resta agora o silêncio, pois, com ele, tenho a certeza de não errar.

JACKSON DE SOUSA BRAGA

MARIANA, 8 DE MARÇO DE 2011

POR OCASIÃO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ah, Gabriela!


Quanto tempo já se passou! Desde nosso primeiro contato, nosso primeiro olhar... Lembro-me do vermelho – cor forte que lembra o martírio e a dor, os quais senti e ainda sinto. Lembro-me de sua companhia que tanto confiava e queria, mas que hoje anseio em me afastar, ao mesmo tempo que estou apegado como se fosse minha própria alma.

Ah Gabriela, sua morte foi meu encontro paradoxal. Foi minha liberdade, pois estava livre de suas prezas e garras ferozes e desumanas. Foi, também, meu apego a dor de uma prisão interior e obrigatória para mim e para quem venho a desejar. Espero que esteja livre de suas dores e de sua depressão onde quer que se encontre e que um dia me perdoe por ser o causador das mesmas.

Meu verdadeiro amor não é você Gabriela, porém eu a assumi em minha vida e acabei deixando com que dominasse meus dias. Depois de sua morte em 2007, fui obrigado a tê-la como minha companheira, não por opção, mas por obrigação.

Neste ano de 2010, completam-se 4 anos! Já são quatro anos que lembro-me de você e de tudo que passamos juntos. Sinto-me livre, porém – ao mesmo tempo – sinto-me preso a uma aliança que só me faz lembrar de minha obrigação para com você e com todos os seus.

É o fim de minha palavras, mas pelo que vejo pode ser um início onde vou acabar assinando um termo no qual estará dito que desejo – afirmando-se que é livremente, mas não é – tê-la como minha eterna companheira.

Não se engane, aqui não é o FIM, é simplesmente um COMEÇO...

De Dor ou de alegria, não sei, mas é...

JACKSON DE SOUSA BRAGA

Planeta Terra, VIVENDO, 31 de dezembro de 2010, 19h07min.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Mais um dia 10 de Novembro...


Ao acordar, penso no mistério da vida e da morte.
Ao me levantar, estico este moribundo.
Ao me olhar, vejo mais um ano passado.

Ao orar, louvo a Deus por não estar morto.
Ao estudar, coloco em ação o enigma de um “eu”.
Ao ouvir, recebo felicitações, seja por estar mais vivo ou mais morto.
Ao falar, agradeço o calor humano que arde em meu peito.

Ao alimentar-me, lembro-me da proteção do útero materno.
Ao trabalhar, descubro que fui expulso para a frieza do mundo.
Ao descansar, rememoro as vésperas da morte.

Ao banhar-me na chuva, tento livrar-me das sujeiras internas e externas.
Ao divertir-me, fujo da dor que o amar me causa.
Ao dormir, prefiguro minha estadia no meu próprio jazigo.
Ao sonhar, ganho a oportunidade de esperar pela vida.




AMO NOVEMBRO: Por ser meu, por ser o mais lindo com suas chuvas e por me preparar para o fim que se aproxima subitamente...




JACKSON DE SOUSA BRAGA.
Mariana, 10 de novembro de 2010 – 17h15min.
Por ocasião de meu aniversário.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Um dia na Praça...



Estar na praça, estar no momento de silêncio. Estar na história de minha vida. Estar em um banco. Ser mais um no mundo contando uma história, mas qual história? A história de minha vida, a qual vivo e conto a todo instante: estava como aquela criancinha que antigamente sentava-se na beirada da cadeira de seus avós para ouvir histórias e mitos que eles tinham para contá-la. Às vezes, ficavam até com medo, mas gostavam de ouvi-las. Gostavam de encantar-se com suas palavras. Eu me sentia nas duas situações. Deixei que fossem em mim suprassumida a criança e os avós. Lembrava-me das minhas experiências, histórias, momentos que vivenciei e vivencio até hoje.
Comecei a olhar para todos os locais que meus olhos podiam alcançar. Via o infinito, no tempo e no espaço, perdido. Coitado! Vagava como estas minhas palavras no papel. Sentia-me perdido em meio as inúmeras coisas. Pensei logo: “tenho que fazer algo! Mas, o que tenho que fazer?” Recebi só uma resposta: “Tem o nada, se é que possa tê-lo algum dia!” Mas, relutei e observei que já estava fazendo algo: “Ora, estou aqui sozinho, ouvindo-me, falando-me...
Não me veja como uma solipsista, pois não o sou. Estava experimentando ouvir as doce palavras que o amor podia me falar; dizendo ao amor que o amava de um modo desconhecido. Lançando os mais doces beijos ao amor, esperando que ele gozasse de tão maravilhosos momentos; amava ao amor; tocava-o com as mãos invisíveis de minha alma; sentia seu doce perfume, como era maravilhoso! A saudade batia em meu peito lembrando-se do sabor de sua boca e do gosto agradável de seus lábios.
Mas eu estava só! Via centenas de pessoas, mas faltava apenas o amor. Faltava o que eu apreciava. Desejei sentir suas mãos tampando meus olhos e tocando as lágrimas que caiam dos mesmos: “Surpresa! Por que chora?” iria lhe dar como resposta: “Sinto tantas dores! Já não suporto!” O amor sempre preocupado ousaria a dizer: “Não fique assim!” Minhas palavras iriam se encher de ira: “Como não quer que eu fiquei assim, queria você dentro de mim, habitando meu coração e tocando-o com sua presença! Sabe o que me dói? É saber que sofrer por amor machuca, mas sofrer sem ele é muito pior!” desejava um “sim, eu volto! Como antigamente, nos dias em que nos escondíamos nas praças de seu coração e ficávamos a nos deliciarmos dos frutos de nossa presença!” Mas, eu observei que estava lá novamente só e chorando.
Tudo não passava de um vazio completo! Via grupos de amigos deixando-se no vício de seus pulmões. Eles estavam caídos em suas tristezas e imersos no fingimento de seus sorrisos. Via meninas festejando sua própria vaidade, deixando-se cada vez mais imersas em suas fotos. Mas, faltava algo!
Via a mãe e amigas festejando em fotos com seu amor, mas aquele amor havia nascido daquela mãe e completava a ela e não ao meu coração, por isso continuava no vazio. Via trabalhadores se matando para conquistarem seus sonhos. Via uma mãe abraçando seu amor. Via um homem que muitos consideravam defeituoso se virando para mim e oferecendo alimento, mas eu não queria um alimento físico, eu queria um alimento afetivo. Sabia que só sua disponibilidade em me oferecer um alimento, já tinha um pouco do alimento que necessitava, mas não o tinha para me completar.
Parei de chorar e fui, então ao encontro de outra história. Não sei se será o que desejo ver, mas sei que é uma história infernal. Ainda bem que vou apenas vê-la e não vivê-la.

Jackson de Sousa Braga
Mariana, 28 de maio de 2009.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Por que no fundo...


Por que no fundo, nós desejamos existir
Por que no fundo, nós só construímos uma história
Por que no fundo, nós só queremos uma vida
Por que no fundo, nós só sonhamos com as estrelas.

Por que no fundo, nós só desejamos brincar
Por que no fundo, nós só construímos a família
Por que no fundo, nós só queremos filhos
Por que no fundo, nós só sonhamos com aquele sorriso

Por que no fundo, nós só desejamos alguém que nos espere, depois do trabalho
Por que fundo, nós só construímos o que amamos
Por que no fundo, nós só queremos ser cobrados para ser bons pais
Por que no fundo, nós só sonhamos em morrer com alguém que nos admira

Por que no fundo, nós só desejamos uma companhia
Por que no fundo, nós só construímos um nós
Por que no fundo, nós só queremos as pessoas felizes
Por que no fundo, nós só sonhamos em ser felizes

Por que no fundo, eu só sonho em te ouvir...


Jackson de Sousa Braga.
Mariana, 10 de junho de 2010, 20h26min.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

AMIGOS...



Todo ser humano experimenta uma amizade, acredito piamente que não exista um ser humano que não tenha um amigo. Amigo é uma palavra muito fácil de se falar, mas complicada de se viver. Amigo é um modo de ser divino na vida daquele que amamos, não é em vão que o próprio Deus quis ser humano para poder viver plenamente sua divindade.
Sabemos que a palavra “amigo” vem do latim amicus, a qual tem a mesma raiz da palavra amare que quer dizer amar. Podemos observar que não é do substantivo amor, mas sim o verbo amar, por que o amigo não tem só um sentimento, mas o pratica. Por isso, é tão complicado se dizer amigo. No grego, o verbo amar é dividido em várias palavras, cada uma designando um modo diferente de amar. A palavra que designa o amar do amigo é ágape, que é viver o companheirismo, ajuda, sem nenhum laço afetivo-sexual, familiar ou religioso.
Além disso, ouvimos tradicionalmente esses ditados se referindo aos amigos: “Amigo é o irmão que nós escolhemos”; “Amigo é um presente que temos a oportunidade de nos darmos a nós mesmos”. Com certeza um amigo é um irmão, mas o ser amigo passa o ser irmão. Um irmão pode ser amigo e muitos o são. Agora, quanto aos amigos, podemos afirmar que todos são irmãos. Amigo nos conhece com uma profundidade indizível, sabe quais vão ser nossas reações diante de X ou Y acontecimento. É por isso, que não podemos sair intitulando todos de amigos por ai, como se o fosse.
Acredito que não é necessário se falar: “amigo verdadeiro”, porque o ser amigo já inclui o ser verdadeiro. Não existe um amigo falso, isto você pode chamar de colega, mesmo assim não sei se o é merecedor de tal nome. Nem todo amigo é padre nem muito menos psicólogo, mas com certeza é a pessoa certa para ouvir nossas confissões e nos dar orientações. Duvido que você nunca tenha procurado um amigo para falar algo que fez de errado ou para pedir uma orientação do que fazer.
Até mesmo o pensamento nasceu de uma reunião de amigos, podemos ver pelos filósofos. Eles sempre se reuniam nas praças da Grécia com seus amigos para pensarem no Ser, no Amor, no Conhecimento etc.
No fim desse texto, só posso dedicar essas minhas poucas palavras aos amigos que tenho. Obrigado por ser uma presença tão importante em minha vida. Sei que essas palavras não são suficientes para expressar a experiência da amizade, podia até dizer como Wittgenstein: “do que não se pode falar, deve-se calar.” Porém, penso ser justo parafrasear Santo Agostinho para dizer que não consigo me expressar com precisão sobre os amigos, mas essas palavras são para que eu não me cale diante de seres tão importantes, que muitas vezes não precisam de palavras para serem amigos, pois sabem ser estrelas nas noites de nossas vidas.


JACKSON DE SOUSA BRAGA
Por ocasião do dia internacional da amizade.
Itabirito, 20 a 27 de julho de 2010.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

“Amor da minha vida!”



O título é sugestiva, quase todos os modos de amar que serão colocados aqui têm o costume de usar esta frase. Tem-se por objetivo pensar os seguintes tipos de amores: irmãos, amigos, namorados e conjugues, filhos e pais. (usar-se-á a mesma ordem).
O amor de irmãos pode ser chamado de amor cúmplice. Pode-se pensar na relação de constante união e cumplicidade, esse amor lembra até do quanto um irmão já quis ver o outro junto dele, sendo um fiel cúmplice. Imagina-se aqui uma irmandade da qual brota companheirismo e brigas, cumplicidade e “dedodurismo”, amizade e rivalidade ferrenha, abraços e socos, ajudas e dívidas... É um grande paradoxo esse amor fraternal, mas não se pode deixar de dizer que é graças ao paradoxo que o amor é manifesto, pois nas rivalidades e rinchas, os irmãos podem sorrir e dizer: “somos irmãos!”. Na sua maioria, podem ouvir dos pais que devem ser amigos e não inimigos. No fundo, um(a ou os e as) irmão(ã ou ãos ou ãs) tem(têm) o outro(os ou as) como uma referência, sabe que seu irmão(a) é alguém que merece ser feliz como ele(a) e deseja vê-lo(a) no topo do mundo junto dele(a) (é claro que não se pode negar que provavelmente vá desejá-lo uma pedra abaixo, mas independente do que for quer-lhe junto).
O amor de amigos é semelhante ao dos irmãos, tem em si uma fraternidade espetacular (deve-se ressaltar que não está se falando de colegas e sim de amigos). Amigo é confiável (em todo sentido). Amigo é o único que entra na briga para não deixar que o outro apanhe sozinho (salvas suas devidas proporções). Amor de amigo é ligado incondicionalmente ao do irmão, porém ele o passa. O irmão chega a oscilar com pequenas freqüências[1]. O amigo passa pelas frequências[2] gigantes e nem mesmo se mostra fraco ou frágil. Engana-se quem supervaloriza somente família. Se tiver um amigo, então com certeza tem um companheiro inigualável, que não lhe deixa em questões complicadas, ainda é ótimo conselheiro[3]. O amor do amigo é cúmplice também, mas nele esta contida a ousadia de conhecer profundamente o amigo, ele sabe muito bem quais serão as reações que o amigo terá diante de tal acontecimento e saberá aconselhá-lo. O amor do amigo é entrega em prol de recebimento mútuo. Ambos devem ganhar nesse amor, sem nenhuma obrigação de sentimento, sangue ou entidade familiar ou social.
O “amor[4] de namorados é que será tratado primeiro aqui, se é que possa sê-lo. Pensa-se que a palavra amor não é apropriada aos namorados, nem mesmo a casais recém casados. Os namorados têm uma paixão, a palavra paixão quer dizer uma oportunidade de se criar amor pelo que se está inclinado. A paixão é uma oportunidade de se inclinar para o que se considera um bem, diferente de amar que é a própria inclinação para o bem que se tem. Paixão é a oportunidade de fazer ou não que se crie o amor, mas este é a prática, vivência concreta de paixões sentidas. Os namorados dizem “eu te amo” e o que há de mais nisso? Deixe-os, pois já estão querendo viver aquilo que há de belo no amar que é a presença, só se espera que tenham consciência do que é amor e do que é paixão e quando disserem a frase citada acima, saibam em que sentido estão falando-a. Os namorados são com certeza potências para amar!
Quanto ao amor dos cônjuges, deve-se dizer que os momentos são diferentes:
1° → “homem e mulher” – será entendido o momento em que estão recém-casados ainda estão na paixão, tem mais potencialidade para amar do que os namorados, mas não amam ainda. Neste amor, ainda tem-se o objetivo de um satisfazer particular e pouco para um satisfazer mútuo, tanto que sempre estão em busca de seus prazeres sexuais.[5]
2° → “marido e esposa” – não existe mais simplesmente uma vontade de ter um prazer particular e sim o desejo do prazer mútuo. Esse amor por volta dos dois a três anos de experiência juntos que tem seu início (existem casos que nem tem início, muito menos fim). Seu vestígio principal são as discussões, precedendo as reconciliações que são propostas por ambos os lados, quando sentem a falta que o outro faz, não pela satisfação de seus prazeres, mas para simplesmente ouvir e estar junto[6].
Este sim, pode ser entendido como amor, pois a finalidade é estar junto do outro, somente para tê-lo ao seu lado. Sua percepção é quando se tem a oportunidade de ver um casal já idoso que sente a falta do outro quando não o tem por perto, ou, ainda, quando um está doente e o outro pode simplesmente dar-lhe ajuda (como comida na boca) com todo carinho de uma mãe para com seu filho. Esse é o próprio amor sem intuito de simples satisfação particular[7].
O amor de mãe / pai[8] não olha entidades, ou regras, quanto mais obrigações para amar. É o único que nasce em questões de segundos. No momento da consciência do filho(a), a mãe toma um toque, ou melhor, uma pincelada de amor que não sabe de onde ou como aparece, mas sabe que surge maravilhosa e divinamente[9]. Ele é paciente, é bondoso, é nervoso... É o que bate (não espanca, mas dá a palmada para educar). Sabe o que vai acontecer e deixa acontecer, para mostrar a liberdade do amado. Porém, não é um amor que deixa de avisar ao seu amado. É o único que se sente ainda mais agredido do que o amado quando este é agredido. É que faz e se oculta. Tem o costume de cobrar tudo que fizera, mas nunca deixaria de fazê-lo novamente e se possível ainda melhor. O amor de mãe é o único que, mesmo desprezado, não consegue ficar sem desejar o bem supremo para quem o desprezara. É o único que não podendo fazer nada pede, ou até mesmo implora, para que o façam em prol do bem daquele a quem ama, sem ter que ver sua satisfação egologística feita, mas que condiciona sua satisfação ao amado (quando pode vê-lo feliz é feliz). Ele não sabe, não crê, não chora, simplesmente vive o amor.
O que há de comum nesses tipos de amor? Pode-se dizer que é simplesmente o que a palavra ser humano e amor representam na linguagem. O amor é condição do ser humano ser ele mesmo e o amor é condicionado ao ser humano, pois somente este pode ter amor.
É necessário apenas deixar uma mensagem: Mesmo que seu amor não for amor, sendo apenas uma paixão, não deixe de dizer a(s) pessoa(s) a quem é apaixonado (a) ou ama: “EU TE AMO!”. Pode ser que essa paixão ou amor não seja correspondido, mas você terá libertado de si a dor de carregar a mais bela motivação de vida.
Este texto é dedicado àqueles que merecem o amor deste autor, pois o amam com um amor que ninguém mais ama nesse mundo. Ainda é necessário dedicar à pessoa que ajudou a fazer este texto, ela bem sabe o porquê desta dedicação.
[1] Freqüência é entendida como momentos de dificuldades, dores, brigas...
[2] Frequências, neste caso, é gigante porque não existem laços morais e/ou sanguíneos.
[3] Não está dito que o amor de família é menor ou equivalente ao do amigo, porém o amor do amigo precisa ser respeitado como o é, assim como o amor de família teve e tem sempre seu respeito.
[4] Será comentada essa palavra e pode-se observar ao longo do texto o porquê.
[5] Ideia tirada do pensamento de “Pura”, fornecido ao autor no dia 12 de novembro de 2009 às 23:29 horas;
[6] Idem
[7] Dedico este parágrafo àquela senhora que velava sozinha seu esposo na Igreja da Boa Morte (Barbacena- MG, no dia 18 de julho de 2009 na parte da manhã). Perdoe-me senhora, por não ter-lhe desejado meus pêsames!
[8] Será usado termo mãe daqui para frente, mas mãe irá designar pai e mãe.
[9] Divino aqui se refere a algo próprio da capacidade transcendental do ser humano e não de alguma (s) entidade (s) divina (s).

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Continuação do Texto: "Porque Deus Criou as estrelas?"


Oh estrelas radiantes em minha vida, me perdoem por ter-me esquecido dos cometas!
Mas, graças a uma estrela esplendorosa em minha vida, cujo nome expressa claramente a sua função, ou seja, ser luz (Lux, Lucis, do latim quer dizer luz) pude me lembrar do cometa e ofereço essa reflexão a ela.
O que, então, significa o cometa em nossa vida? O cometa são as pessoas que passam muito rápido em nossas vida, seu brilho é semelhante ao da estrela. É verdade que passam, mas nunca deixam de ser lembrança significativamente. Algumas pessoas têm o costume de fazer pedidos ao ter a oportunidade de ver os cometas. Assim também é em nossas vidas, temos o costume de depositar nessas passageiras estrelas muito significado, que é válido, pois fazem por merecê-lo – porém, elas passam e por isso sentimos tanta saudades de suas presenças significativas. Tenho certeza que você já sentiu saudades de algum cometa em sua vida. Os cometas são passageiros tanto no céu, como em nossas vidas, mas tão marcantes que sua presença em nossa existência não se consome, antes aumenta e faz-se presente ao longo de nossos momentos de eternidade.
Gostaria de comunicar que o “Porque Deus criou as estrelas?” ainda não acabou, existe o eclipse, o qual ainda está em construção. Posso garantir que o eclipse é a explicação para todas as questões levantadas no texto. Porém, existe uma questão fundamental, que pretendo responder com o eclipse, mas deixo a possibilidade de você fazê-la para mim, aí sim irei entregar o eclipse a você.



Jackson de Sousa Braga

Mariana, 19 de outubro de 2009

sábado, 10 de outubro de 2009

SE ME RELACIONO, LOGO VIVO


com o anúncio da morte do bem e do mal, gostaria de ressaltar o que permaneceu: O HOMEM.
O ser humano agora tem toda responsabilidade em si. Sinto-me angustiado, se Deus não existir, passo a temer a morte. Tem-se a possibilidade de não haver nada. E se tudo for finito (inclusive a alma e o espírito)? Existe a possibilidade de eu deixar de ser um ser vivente. Minha vida está acabando, estou perdendo tudo. Poderia me apegar a alguém, mas sofro em saber que sou obrigado a ter um fim. Sartre disse: “estamos condenados a ser livres”, eu completaria que estamos condenados a ser livres na convivência, porém em nossa finitude temos a obrigação de morrer.
A palavra destino passou a existir comigo, tenho que aceitá-la. O destino de todo ser humano é a morte. A única lógica que deve ser respeitada absolutamente, não há fuga ou liberdade para morrer ou viver.
Morrer é uma tristeza, é viver a falta de garantia, é experimentar o fim, que não tem início. Não tem início, porque quando a morte chega só temos o fim, onde o início não conhece a existência. A vida tem início e fim, mas a morte só conhece o fim. Deixo então a questão: “Porque tenho que morrer?” agora compreendo melhor o que Heidegger disse: “Porque ser e não o nada?” Quiçá, fosse melhor nem existir. Mas, agora que existo, porque então tenho que voltar para o nada? Como já disse anteriormente, o nada é a única coisa que me resta.
Será que teremos que ressurgir o bem e o mal, Chamando o bem de vida e o mal de morte? Mas temos a morte como total certeza e não a vida. A vida está acabando. Não desejo a morte e sim a vida, ela é a única garantia que tenho. Entretanto, só a morte é que vem ao meu pensamento; eu não a conheço, só a vejo quando o outro tem sua experiência, se é que ele pode experimentá-la.
Tenho consciência de minha vontade de não me separar do outro, ou melhor, de minha necessidade. O outro é minha condição de identidade, visto que quando o percebo então tenho percepção de mim mesmo. Isso mesmo, o outro é a vida! A morte é perder a percepção de mim mesmo. Eu não tenho consciência de que sou eu mesmo, estão estou morto. Quando estou em relação com o outro tenho a oportunidade de viver. As coisas inanimadas estão como em um estado de morte, tendo existência e não vida.
Podem me dizer: “ora, mas Deus antes de criar o mundo estava só, ele vivia”. Eu os responderia: até mesmo Deus, precisou de alguém que se fizesse outro para viver sua vida, por isso ele é trindade (quero destacar que aqui não afirmo a existência ou não de um Deus, visto que já deixei a questão de sua existência para trás). Podem ainda me dizer, sobre os seres que tem potencialidade para viver (ex.: embriões). Eu os responderia que eles devem ser respeitados com toda a dignidade dos seres que já estão em ato para a relação, pois já temo-los como outros para fazemo-los seres de um “eu”, sua potencialidade os dá possibilidade de serem em ato, logo são viventes em potência.
Quero vida, portanto quero relação com os outros. Não quero morrer, não quero deixar de ver-me na relação. Todo ser que se fecha em si mesmo não tem vida. Concluo então: “SE ME RELACIONO, LOGO TENHO VIDA”.
Agora resta-me a angústia por saber que estou perdendo essa relação com o(s) outro(s). Que estou perto da morte e não sei como fugir dessa triste perda de relações.


JACKSON DE SOUSA BRAGA
1 de outubro de 2009, ás 08:18 h.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Por que Deus criou as estrelas?



Contemplando as estrelas, comecei a refletir sobre o porquê da criação das mesmas.
Antes de chegar a uma resposta, penso que devemos descobrir o que simboliza a noite. Creio que Deus, no momento da criação, não criou um momento de trevas e escuridão, pelo acaso, cujo nome dado foi Noite. Esta, muitas vezes, representa a vida do ser humano, cheia de trevas (trevas aqui entendido como mistério). Porém, Deus, que é amor, não poderia deixar a humanidade viver em trevas e mais trevas, por isso deu origem à lua e às estrelas, para que o ser humano soubesse que Ele e as pessoas boas iriam lutar para que as trevas da vida humana diminuíssem.
Chegamos ao porquê da noite, e pode-se concluir a seguinte resposta: Deus criou a noite para que o homem pudesse ver sua vida. Pois bem, agora voltemos à questão inicial.
Deus criou as estrelas para que víssemos que, mesmo na escuridão, existem brilhos radiantes se fazendo presentes, tais brilhos são as pessoas que chamamos de amigos, eles vivem a encantar as nossas vidas, sempre estão presentes. Podemos acreditar na existência de muitos que nos querem mal. Entretanto, vejo-os como sendo as grandes fendas sombrias que existem entre as constelações, se bem que até mesmo dentro delas existem distâncias escuras. Destaco que as estrelas não nos desejam mal, mas pode ser que existam, ao redor desses pontos luminosos, escuridões cujo objetivo é nos fazer ver as estrelas como trevas, mas devemos sempre ver o brilho do astro e não a escuridão que o rodeia.
É costume que toda criança escolha uma estrela para si. Nós também, na noite de nossa vida, escolhemos vários astros, os quais ficarão conosco e sempre os veremos com destaque, pois aprendemos como as crianças, a localizá-los rapidamente no vasto céu estrelado. Mesmo na multiplicidade das constelações podemos ver as escolhidas, que em nossa vida iremos chamá-las de melhores amigos, ou até mesmo irmãos; ousando ainda mais, anjos.
As estrelas fazem-nos lembrar dos amigos, de pessoas que amamos, dos seres que por um motivo ou outro se tornaram especiais em nosso destino. Gostaria de ressaltar, que em muitos casos, algumas estrelas nos decepcionam. Ao fazerem isso, nós passamos a deixá-las e torcer para que desapareçam. É interessante, pois quanto mais esse desejo aparece em nossos corações, mais ainda essas estrelas são vistas por nós. Pois são nesses momentos que vemos quão importantes e especiais eram para nossa vida.
As estrelas são realmente misteriosas, porém o Rei e Revelador de todos os mistérios as fez para que observássemos o quanto existem pessoas radiantes em nossas vidas. Mas, onde Ele está na noite de nossa vida? Qual o símbolo que ele escolheu?
Acredito que Deus esteja representado na lua, Ele é aquele que as estrelas de nossa vida adoram, por seu brilho esplendoroso, por sua majestosa presença e por sua magnificência. Lembro-me, nesse momento, do Deus da ressurreição ou do Deus do monte Tabor no dia da Transfiguração, o qual brilhava como sol e suas vestes eram brancas como nenhuma lavadeira poderia alvejar. Mas a questão é: como um céu de trevas pode conter todo o brilho e perfeição existentes, que é Deus, na lua?
Responderia que nem mesmo a terra toda seria capaz de contê-lO, nem mesmo o infinito seria capaz disso. Entretanto, Ele, em todo seu amor, se fez pequeno e simples, humano e finito, para salvar a humanidade e concedê-la a graça de tê-lO como seu maior exemplo de vida. Por que não poderia aceitar ser simbolizado no mais luminoso astro que há no céu à noite?
Mas os questionamentos não acabam. Você, além disso, poderia dizer: “mas o que significam as fases da lua? Será que Deus muda em nossa vida?”
Deus não muda, Ele é único, imutável e perfeito. Nós também ao contemplarmos Deus como a lua na noite, devemos estar cientes de que a lua não está mudando, é nossa visão da lua que muda. Assim também é em nossas vidas.
Acredito existir fases em nossas vidas que acreditamos que Deus não está presente, que Ele se afastou de nós. Essa fase se chamaria lua nova, é quando a escuridão tenta tampar completamente a presença de Deus em nossa vida, mas se olharmos bem poderemos ver que o brilho da lua continua firme e sem ocaso atrás daquela escuridão medíocre e fraca. Devo lembrá-los de que Deus, nessa fase, faz com que lembremos da presença importante de nossos amigos, assim como as estrelas se destacam na tentativa da treva de cobrir a lua.
Há também as etapas de nossa vida em que desejamos ver Deus apenas sob um perfil, ou seja, desejamos ver Deus não tal e qual Ele é, mas sob nosso pensar de como Ele deveria ser. Essa etapa é marcada por nossa vontade de ter um Deus bajulador, que nos faça o que desejamos, ou um Deus cruel que irá se vingar por nós. Essas fases, em nossa contemplação da noite, são quando a lua se encontra sob a fase minguante ou crescente.
Pode-se chamar a fase minguante dos momentos em que desejamos Deus como alguém que irá ser cruel, irá minguar os ganhos da outra pessoa. A fase crescente pode ser comparada aos momentos em que desejamos o Ser divino como o um pai irresponsável, cuja função é só atender aos pedidos dos filhos, sem ver que pode estar dando coisas exageradas e realizando desejos fúteis.
Finalmente, a fase, a meu ver mais bela, é a cheia. Essa fase é marcada pelo brilho constante da lua, ela fica majestosa, seu encanto é forte, as trevas ficam fracas. Podemos observar as estrelas como se fazem pequenas e se colocam humildes venerando o astro mais forte do céu. Assim devem ser nossas vidas, devemos desejar que Deus seja o constante brilho e força a nos guiar, Ele será a luz de prestígio inigualável que aclara as nossas escuridões.
Pode ser que você esteja se questionando: “mas mesmo a lua sendo cheia, existem momentos em que as nuvens obstruem-na e às estrelas, por quê?” Posso colocar essa etapa da vida como aquele momento em que alguém tenta interromper nosso convívio com os amigos e Deus, criando nuvens nebulosas para nos afastar deles. Mas, nosso júbilo deve ser que, mesmo essas nuvens sendo densas, se desfarão em chuva que faz crescer as árvores e frutos. Além disso, poderemos ver as estrelas e a lua com mais amor, pois estávamos com saudades. Nas nossas vidas, os que tentam nos afastar de nossos amigos e Deus, fazem com que nossa amizade cresça mais ainda por estes e nossa alegria vai ser mais completa ao vermos nossos amigos e declararmos nosso amor a Deus e aos próximos.
Mostrei-lhe como contemplo na noite a presença do Ser Divino. Louvo a Deus por ter a oportunidade de vê-lO onde tudo parece trevas, escuridão e incerteza, pois nessas ocasiões lembro-me da força encontrada nos momentos de fraqueza.


A diferença não exclui a pessoa do grupo;
a faz, sim, ser única e especial.
Portanto, não seja diferente, mas sim a diferença.



Jackson de Sousa Braga.
Mariana ( texto escrito no dia 16, 17 e 24 de fevereiro de 2009), 13 de março de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O Porém angustiante


Escondo-me do mundo, porém nele mesmo.
Escondo-me da morte, porém caminhando em sua trilha.
Escondo-me do sofrimento, porém ele é o sinônimo de vida.
Escondo-me da dor, porém sinto-a intensamente.

Fujo do medo, porém ele é o único que tenho.
Fujo da angústia, porém ela se tornou minha esposa fiel.
Fujo do ódio, porém desconheço o amor.
Fujo do mal, porém só sei de sua existência.

Procuro Deus, porém só encontro o demônio.
Procuro sabedoria, porém só a ignorância vem a mim.
Procuro a vida, porém estou morto.
Procuro a paixão, porém não me apaixono.

Quero a beleza, porém só tenho minha feiúra.
Quero uma companhia, porém sinto a solidão na cama da morte.
Quero a felicidade, porém só acho tristeza.
Quero a vida, porém sou apenas um ser para a morte.

Tento sonhar, porém vivo um pesadelo chamado vida.
Tento não me apegar, porém agarro-me com medo de perder.
Tento sorrir, porém só aprendi a chorar.
Tento existir, porém sinto-me inexistente ou sem importância.

PORÉM, PORÉM E PORÉM É QUE ME RESTA.







Jackson de Sousa Braga.
Mariana, 5 de junho de 2009, 20:15h.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Precisamos de Santos...

... sem véu ou batina, de Santos de calça jeans e tênis, de santos que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos, de santos que coloquem Deus em primeiro lugar, mas que se "lascam" na faculdade, de santos que tenham tempo todo dia para rezar e saibam namorar na pureza e castidade, de santos modernos, Santos do século XXI com uma espiritualidade inserida em nosso tempo. De santos comprometidos com os pobres e as necessárias mudanças sociais, de santos que se santifiquem no mundo, que não tenham medo de viver no mundo. Precisamos de Santos que bebam Coca-Cola e comam hot dog, que usem jeans, que sejam internautas. Precisamos de Santos que amem a Eucaristia e que tomem um refrigerante ou comam pizza no fim-de-semana com os amigos de santos que gostem de teatro, de música, de dança, de desporto. Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, alegres, companheiros. Precisamos de Santos que estejam no mundo e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos. (João Paulo II)