“Ser Mineiro é
não dizer o que faz, nem o que vai fazer,/ é fingir que não sabe aquilo que
sabe, / é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, /é
vender queijos e possuir bancos.”
(Carlos Drummond de Andrade)
Perdoem-me
os filhos de outro estado, mas tenho que assumir que não existe nada melhor do
que ser mineiro. Sou filho do estado das Minas de ouro e mineiro de ferro, mas
que também é formado pelas longas e Gerais planícies que caminham para o
Nordeste. Sou filho do estado que tem em seu formato o rosto humano de seu
povo, que é batalhador e sonhador. Tenho a alegria de ter como conterrâneos os
sonhadores e trabalhadores da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
“Minha
terrinha” é marcada pela hospitalidade do Café com Pão-de-queijo e da
suntuosidade dos monumentos históricos. Sou filho do estado da Religiosidade
amorosa e tradicional e também da inteligência magnânima dos filósofos, dos grandes
líderes e inventores, dos eruditos oradores e dos grandes poetas. Em minha “tirrinha”,
vejo o encanto do pôr-do-sol sendo agraciado misticamente pelas lindas
paisagens e no brilho do luar consigo ouvir o doce cantar das violas e violões
em cantigas tão antigas e tão novas de meu amado povo.
E
por falar em meus conterrâneos, tenho que ressaltar minha alegria de ter seu
sangue e sua história. Ser mineiro é ter na vida a força do minério de ferro,
abundante em nosso solo, bem como o cintilante esplendor do ouro de nossas Minas.
Mineiro é forte, porque não teme lutar pelos sonhos de uma humanidade mais
humana e por ter a fé de que a fraternidade acolhedora é nossa maior liberdade.
Mineiro também é brilhante, porque faz de nosso mundo um lugar melhor,
oferecendo até mesmo asas ao homem que ainda não havia aprendido a voar.
Não
posso me esquecer de contar que recebi a graça de falar um dos idiomas mais lindos
desse meu Brasil: O Mineirês. No
querido “Uai”, nós, mineiros, conseguimos mostrar a sociedade que nossa
natureza filosófica é um sonho constante de querer entender o mundo e os
outros; No famosíssimo “trem”, nossa linguagem mineirês consegue expressar-se em um signo o infinito de
possibilidade e de objetos; Quanto ao lindo “Sô”, só posso dizer que nós somos
os únicos a ter uma palavra como ponto final ou como o diminutivo do pronome de
tratamento: Senhor; Desculpem-me por não continuar elencando todo o dicionário Mineirês (“Noss, Cruz-credo, retrato,
Pelejanu, éMess...”), mas essa empreitada é muito grande para tão pouco tempo.
E
por falar nisso, não querendo terminar nossa prosa, mas já parando por aqui–
pois o entardecer do papel não é capaz de conter a minha alegria e os
inumeráveis dons de Minas Gerais – quero
dizer que ser mineiro é um privilégio não só dos que nascem nessas redondezas,
mas de todos que aqui vem, porque somos marcados principalmente pela acolhida
de nossa hospitalidade e pela simplicidade em nossa história. E sabe por quê?
“POR QUE SER MINEIRO É MUITO BÃO, UAI! É UM
TREM BÃO DEMAIS DA CONTA, SÔ!”
JACKSON DE SOUSA
BRAGA
Mineiro
Minas Gerais, 16
de julho de 2014
Dia de Minas
Gerais
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