Esfriou-se a doce palavra patente
Esfriou-se o calor da conversa virtual
Esfriou-se o encanto do olhar “caliente”
Esfriou-se o segredo do enigma astral.
Congelaram-se os gozos do solipsismo
Congelaram-se os dias do mesmismo
Congelaram-se os cobertores do materialismo
Congelaram-se também as noites do intelectualismo.
Nevaram dores nas alegrias prontas
Nevaram loucuras onde lhes proponho
Nevaram vergonhas nas soberbas tontas
Nevaram pesadelos sem gosto de sonho.
Sou gelo sem o sabor das sensações
Sou o granizo dos santos corações
Sou a neve sem o contraste dos algodões.
Sou, finalmente, o frio que apaga as emoções.
JACKSON DE SOUSA BRAGA
Aquecido, 3 de maio de 2014, 22h10min.